sexta-feira, 20 de julho de 2012

Perfumes...

Minha memória não é fácil... Não é controlável... Não consigo nem mesmo associar nomes a rostos... Mas tem algo em cada ser, que pode se gravado em minha mente, bem como em meu coração, e que não pode nunca ser tirado de lá... Algo do qual eu já falei antes, e que torno a falar agora... Algo que cada pessoa tem, e embora tentem mudar, com marcas diferentes, títulos diferentes, ou estações diferentes, é pessoal e intransferível. E que, a partir do momento que se perde, no meu coração, essa pessoa perde, de certa forma, a relevância na minha vida: Vide Título do post!


Agora a pergunta: Por que estou falando disso? Que coisa pode ser tão interessante assim, no meu ofato canino? Bem... Nada, na verdade... Mas ninguém é obrigado a ler isso.

O fato é que, no meu emprego atual, eu vou a casa de muitas pessoas. Tenho acesso às intimidades de desconhecidos... Faço, de certa forma, parte da vida dessas pessoas. Mas nenhuma delas é realmente importante pra mim. Nenhuma delas tem cheiro. Nenhuma delas fica no meu coração. E quando alguma delas me pede ajuda, me contatando por meios nossos, tenho de olhar uma agenda, para ter certeza de onde a conheci.

Mas ainda tenho o dom do ofato. Ainda reconheço algumas pessoas pelo cheiro. Posso reconhecer meus pais, que tem o cheiro parecido com o meu. Posso reconhecer o cheiro da minha irmão, que não usa mais o mesmo perfume. (E devo acrescentar: quando sinto esse perfume em algum lugar, me lembro mais do tempo, ou seja, da fase da minha vida, quando ela o usava). Ainda é pelo ofato, que sei quando algumas pessoas estão para ressurgirem. Ainda outro dia, comecei a farejar uma amiga que eu não vi havia tempos... Não que eu tenha ficado fungando, ou dilatando as narinas, como o Wolverine! Não me imaginem tão animalesco assim... Apenas que senti aquele aroma tão familiar, e olhei para os lados, para saber se ela estava perto... Não estava. Mas me encontrei com ela, muito por acaso,  no dia seguinte na volta pra casa.

Da mesma forma, uma certa sensibilidade que tenho, ou como algumas pessoas preferem que eu diga: a mediunidade que eu exerço, um aroma familiar me veio ao encontro, num determinado momento, em que eu tive certeza de ser assunto, nos lábio de alguém. (E como é inútil, saber quem alguém fala de mim, se não sei o que estão dizendo... É como saber que dias de Sol são quentes no verão, no noite mais fria do inverno). Provocações colocadas de lado (não estou provocando... Minha curiosidade é que foi provocada), eu sabia quem era, especificamente, apesar de tanta gente que mora na mesma casa ter o cheiro parecido.

Pensar nesse assunto, me deixa com saudade de muitos outros perfumes... Muitas flores do meu jardim público, que foram colhidas pelos tempos transeuntes. Será que alguma delas lerá o que escrevi? E, mesmo que leiam, será que sequer imaginam, que delas falo? Bem... Pelo sim, ou pelo não, um abraço a todas... (Todas as flores, pois também há crisântemos e cravos, em meio a essas rosas e margaridas...).

E a todos um feliz natal, e um próspero ano novo!

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