sexta-feira, 26 de março de 2010

Devaneios, circunlóquios, lapsos...

"Eu tinha algo a dizer hoje... Algo que alguma música me fez pensar e que talvez despertasse o interesse de alguém... Mas como eu esqueci do que se tratava, se você não é realmente interessado(a) em saber da minha vida, pare de ler agora e vá caçar o que fazer, porque eu juro que nada além daqui será útil."

***

Pensei nisso várias vezes a vida toda, e recentemente mais ainda: a mundo gira. Não que isso seja novidade, ou que as coisas fiquem melhores por causa disso, mas o fato é que isso trás muitas novidades, e, de alguma forma, acho que é por isso que as coisas ficam melhores, de tempos em tempos...

Mas tem uma coisa que me intriga, nisso: Se o mundo continua dando voltas, significa que ele continua voltando sempre pro mesmo lugar! E se ele continua voltando sempre para o mesmo lugar, significa que encontraremos novamente os problemas que já solucionamos? Filosóficamente coerente, mas humanamente inviável. Afinal, pra que raios nos ocupamos de resolvê-los?

É engraçado que eu poça dizer tanta groselha, tanta paçoca, tanto pé-de-moleque, e mesmo quem enjoa de ouvir, acaba voltando pra ouvir mais, depois de uns copos d'água... E é mais estranho ainda que não mandei ninguém pro hospital, com crise diabética... Mas nem todo o "doce" na minha boca são groselhas, certo?

De quando em quando surge alguém na minha vida que vai gostar das coisas que eu falo, que eu faço e mesmo das que deixo de fazer. E durante 20 anos, isso incluia uma certa educação, ou certa índole que eu acabei perdendo... Ou da qual abri mão. E isso me faz pensar: se, sendo tão educado, tão bem quisto, tão... "bonito", eu nunca fui capaz de achar dentre elas alguém que fizesse par, será que agora, que me tornei um rebelde sem causa, que falo, além das groselhas, palavrões, que faz coisas ainda mais perigosas que colocar fogo na mão, que parou de escrever poesias com tanta frequência, que já não acha mais o mundo um lugar onde se deve procurar alegrias, será que é mais provável agora, que eu não sou mais o Jônathas, encontrar um par pra ele? (Risos)... O engraçado é que agora, mais do que antes, ele conhece a solidão... E, pela primeira vez, em 20 anos, essa solidão começou a doer... Eu ainda tenho suas lembranças, de quando ele dizia "Minha melhor companhia é a solidão!"... E ele dizia isso com tamanha convicção, porque realmente acreditava que estava melhor sozinho, já que consigo mesmo, não acreditava em mentiras... Nunca se amou o bastante pra acreditar que alguém poderia amá-lo. E sempre teve medo de amar tanto a ponto de sofrer, como os personagens de novelas e filmes que ele via, e achava que poderiam ser pessoas reais... Mas nunca se enganou a ponto de pensar que não amaria. (Risos)... É estranho pensar nesse Jônathas... É quase como se ele fosse outra pessoa...

O Jônathas não precisava mentir, não precisava falar palavrão, e acreditava em alcançar o céu... Hoje ele mente, pra tentar mudar de vida, fala palavrão mesmo que não precise e ainda acredita em céu, mas com a convicção de quem está fadado ao inferno... Não importa a crença do leitor, o Jônathas sabe bem em que acreditar...

O mais estúpido nisso tudo, é que, também pelo citado acima, as pessoas que deveriam estar próximas, julgam que tudo isso é apenas por um amor mal-sucedido... Quanta indiferença ao verdadeiro Jônathas... (Risos tristes) As pessoas me subestimam demais... Pensam que eu sou feito puramente de emoções e sentimentos... Mas eu também sou filósofo, e sei pensar quando preciso... Mas infelizmente, mais coisas na vida do Jônathas me deixam insatisfeito, além da solidão... Essa é apenas uma das minhas dores, e o amor frustrado é só uma cicatriz! Não pensem que apenas isso me levaria ao chão! Nunca! Eu sou forte pra lidar com isso, e com outras centenas de problemas iguais! Mas não fui forte suficiente pra enfrentar coisas das quais eu nem mesmo consigo falar... Eu apostei e perdi vezes demais pra distinguir qual foi o primeiro ou mesmo o último golpe que levei dessa vida... E continuo tentando bater forte o bastante pra seguir a diante.

...

Tento pensar em uma forma de explicar o que sinto, e o que me faz mal... Mas tudo o que consigo é digitar o que vem a seguir... E isso não satisfaria nem mesmo a curiosidade de quem chegou até aqui...

É por isso que termino assim.

terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas que a ninguém interessa...

Sabem, eu estive pensando (coisa que eu nunca paro de fazer) e cheguei a uma conclusão. Algo que talvez me torne mais humano, coisa da qual eu nunca me gabei. Mas já que eu realmente estou me tornando cada vez mais humano, e sem qualquer desejo de me tornar um "bom humano", não me importo de dividir minha inveja com vocês.

Acho que poucos de vocês sabem quem é Paulinho Moska, mas muitos de vocês já ouviram a versão dele de "A Idade do Céu", que foi introdução de "Malhação", na rede Globo. E devo dizer uma coisa: eu não gosto das músicas dele, ou pelo menos da maioria, porque sinceramente, parece que nada na vida dele dá certo. O tempo todo ele canta coisas do tipo "não consigo te esquecer" ou "queria que algo fosse diferente"... Não com essas palavras...

Mas, de fato, não posso deixar de ouvir suas músicas, e recentemente descobri o porquê (ainda existe esse "porquê"?): elas dizem muito a respeito do que eu sinto. Por exemplo:

"Eu
Fiquei sozinho até pensar
Que estar sozinho é achar que tem alguém
Já me esqueci do que não fiz
O que farei pra te esquecer também?
Se eu não sei o nome do que sinto
Não tem nome que domine o meu querer
Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passo que eu dei (Eu andei...)"

Acho que tenho alguma experiência pra falar de solidão... E de ilusão, também... Quanto a não saber o nome do que eu sinto, é algo maior, um pouco... Vejam:

"O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvem
Porque muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme a que nunca assisti antes

Poderia se chamar la-bi-rin-to
Porque sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar a u r or a
Pois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta mas sei que não é assim

Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar universo
Porque sei que não o conhecerei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer: aventureiro

Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo

E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo
"

(Não deveria se chamar amor)

to das músicas dele, ou pelo menos da maioria, porque sinceramente, parece que nada na vida dele dá certo. O tempo todo ele canta coisas do tipo "não consigo te esquecer" ou "queria que alg

E tem outras coisas que de quando em quando me ocorrem, como:

"Porque ao longo desses meses

Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem."

(Quantas vidas você tem?)


Parece triste, pensar nessas coisas, né? Mas eu não me sinto triste, mesmo quando canto essa música... Frustrado, talvez, mas não triste. E acho que isso é o que me dá mais raiva por ainda ouvir as músicas dele: elas refletem, de alguma forma, tudo o que eu tenho sentido... Toda a frustração, e todas as desventuras... E, algumas vezes, também a tristeza... Mas essa já não me é o que costumava ser.


Uma das vantagens de não ser feliz, como eu costumava ser, é que as tristezas não parecem tão grandes... Isso me lembra o caso das gêmeas na mitologia que sonhavam o futuro: a que sonhava as tragédias, era feliz, sob argumento de que, quando se passa a noite vislumbrando tristeza, as coisas que se vê quando acordado não parecem ruins, ao passo que a segunda sonhava com tantas cenas alegres, que não importava o prazer, ela nunca sorria quando acordada.


De qualquer forma, sim, algumas vezes eu sinto tristezas extensas (que são melhores que tristezas profundas, na minha opinião), o que tomaria mais algum tempo:


"Álgida saudade me maltrata desta ingrata

Que não me sai do pensamento
Cesse o meu tormento, tréguas à minha dor
Ressaibos do meu triste amor

Atro é o meu grande martírio
Das sevícias tenho n'alma a cicatriz
Deus, tem compaixão deste infeliz
Mata meus ais...Por que sofrer assim
Se ela não volta mais?

Esse pobre amor que um dia floreceu
Como todo amor que é sem vigor, morreu
Ai, mas eu não posso esquecê-la não
A saudade é enorme no meu coração

Versos que a pujança desse amor cantei
Lira de poeta que a sonhar vibrei
Cinzas, tudo cinzas eu vejo enfim
Desta saudade enorme que reside em mim

Morto ao dissabor do esquecimento
Num momento ebanizado da paixão
Está um coração que muitas dores padeceu
Um pobre coração que é o meu

Dentro de minh'alma que se aflige
Tem um esfinge emoldurando muitas fráguas
Deus porque razão que as minhas mágoas,
A minha dor não fogem de minh'alma
Como fugiu o amor"

(Cinzas)

De qualquer maneira, acho que as coisas continuam as mesmas, não? Eu sendo um pouco diferente de todo mundo... Mas agora muito mais igual a ninguém. E cada vez mais humano, longe de ilusões de ser uma boa pessoa quando crescer... Acho que não tive tanta paciência quanto cheguei a pensar, porque cansei de esperar por algo que nem sempre desejei, mas que agora faz mais falta do que estou disposto a suportar...


E continuo falando de mistérios que não tenho a intenção de revelar, e continuo caminhando e continuo... Fui!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Poetizando...

Os Morangos

A vida tem sabor de morangos: Não precisa de complementos, para ser saborosa. E também não tem gosto bom, se saboreada fora do tempo.

Mas, mesmo que não precise disso, algumas vezes trabalhamos nossas vidas como os morangos: Quando conhecemos amigos, estamos unindo nossos morangos a outros morangos que podem ser muito doces, também. E um morango sozinho, só serve para nos trazer mais vontade de morangos.

E mesmo que o morango seja saboroso, nós podemos adoçar ainda mais: Quando um amigo nos faz feliz, uma presença que nos faz sorrir, e, finalmente, uma simples existência cuja memória nos traz o riso, é como se colocássemos leite condensado, nos dando um prazer que vale mais do que pode parecer uma simples sobremesa.

E, de vez em quando, nos apaixonamos, e fazemos com morangos um milkshake! Claro que um milckshake não existe sem leite, como uma paixão não está pronta sem lágrimas, sejam elas de alegria, ou de pesar. Mesmo assim, são lágrimas que podem ser desfrutadas com muita sede! E são tão puras como é branco o leite.

Algumas vezes, nós exageramos no quesito "melhorar a vida". Já provaram morangos cobertos com chocolate? Já conhecem o êxtase desse que já foi considerado o alimento dos deuses, junto com uma das mais saborosas frutas que o homem pode provar? Esse é o mais alto grau de prazer que se pode ter com morangos, quando se é um chocólatra irremediável.

E há também o caso de não nos contentarmos com o morango. Mesmo assim, não podemos rejeitá-lo! Apenas incrementamos com frutas diferentes, como as uvas, que recebem o apelido de "doce-da-terra". Delicioso. É o mesmo que misturarmos sentimentos e sentidos, nos confundindo a nós mesmos, e nos fazendo perguntar "o que será mais gostoso?".

E, caso isso não seja o bastante, para um estômago forte, sempre existe aquilo que só se alcança com o tempo. Na vida: sabedoria. Com os morangos: um bom licor. E tanto a sabedoria quanto o licor, algumas vezes nublam nossos sentidos, mas nos dão uma percepção real do que estamos sentindo. E nos fazem ser verdadeiros. E nos fazem dormir sossegados, depois de um tempo. O que vem quando acordamos, varia entre ressacas e vontade de mais morangos!

Eu estava caminhando por um vale, um campo onde alguém plantou morangos... Quando me dei conta, eu mesmo, de repente, era um morango. E vi, num arbusto um pouco distante, um outro morango pendurado... E desde então me pergunto se esse morango não me permitiria pendurar-me em seu galho, pra que meramente sentisse seu cheiro que a brisa traz.

Jônathas Oliveira Ayres - 05/03/2010

(Para uma amiga querida)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Exultação e júbilo...

Título forte... Com palavras bonitas... Mas que nada tem de "exultante" ou "jubiloso". É apenas um título!

E existe a possibilidade de que nenhuma conexãotivesse com o que escreverei aqui agora.

Essa semana meu humor oscilou bastante. Matei saudades de velhos hábitos, comi chocolate, consegui reparar alguns equipamentos, no serviço, tive algum trabalho com outros, e em terceiros simplesmente não encontrei o trabalho que esperava ter... Mas fiquei entretido com tudo aquilo. E mesmo assim, meu humor não foi passado a diante nenhuma vez, durante toda a semana... Exceto, talvez, dois dias atrás, quando eu cheguei em casa e encontrei alguém perguntando a respeito.

Acho que essa semana foi um bocado pacífica (digo isso arriscando os dois dias que ainda faltam para terminá-la). Mesmo que eu tenha sido acordado algumas vezes durante a madrugada por motivos fúteis, tenha tido sonhos bastante estranhos que, a menos que eu esteja redondamente enganados, foram avisos de um futuro próximo (já tive esse tipo de sonho antes, e acordei com as mesmas sensações), apesar de eu não conseguir me lembrar direito do sonho em si.

Li em dois dias um livro, que deveria durar uma semanal. Nos dois dias seguintes, li outro livro, que deveria tomar uma segunda semana. Isso, é claro, considerando que eu não poderia ler no serviço, fora do horário de almoço. Mas acho que ter vindo andando para casa, tropeçando algumas vezes, ajudou a terminar a leitura tão rapidamente. O problema não é a sensação da pancada no ombro (que nem parece ter acertado o poste com tanta violência), mas que agora eu estou muito ansioso por uma continuação. Se eu comesse com a mesma fome que leio, teria explodido há muito tempo.

Ah! sim: Encontrei uma amiga, hoje. Nossa, ela realmente entrou em forma (acho que o marido dela não deixa ela comer! ;])! Ou ela pode ter tentado a mesma dieta que eu... Resolveria melhor pra ela, que nunca foi gorda como eu. Saudades dela e do tempo em que conversava com ela... Nunca era sobre coisas importantes, mas ela é uma boa amiga, e teria ouvido, se eu tivesse falado dessas tais "coisas importantes". Sem falar que ela me fez lembrar de um monte de outras amigas (em comum). Pensei nisso, com uma das partes do meu cérebro, no terreno que faltava para subir da Antônio Cardoso (um monte de gente pergunta por que eu venho pelo caminho mais íngreme), e conclui que sempre que encontro com alguém na rua, é uma amiga. Será que tenho tantas assim? E será que não tenho amigos, também? Não que isso faça realmente alguma diferença... Amizade não tem sexo!

De qualquer forma, outra parte do meu cérebro biônico (aliás, foi uma das vozes na minha cabeça que disse isso) ficou me dizendo que existe um outro sentimento que escolhe, sim, o sexo... E é o que eu ando precisando... Não que eu já não tenha o bastante desse tal sentimento, mas preciso encontrar um recipiente maior pra ele. Não dá pra eu continuar alimentando ele, e ver ele crescer, se ele não tiver espaço pra isso... (Será que ninguém aí conhece uma boa moça, entre seus dezoito e vinte anos, que goste de conversar, de carinho e de mim, com um espaço sobrando pra dividir a terra do meu vaso?) Eu acho que estou sendo exigente, não? Essa coisa de "gostar de mim", acho que não vou encontrar ao acaso em uma conhecida de algum amigo meu... (Risos).

E durante todo esse final de verão, começo de outono (que eu não tenho certeza se chegou), com dias encurtados por um terremoto no Chile que deslocou em oito centímetros o eixo da Terra, tomando alguns preciosos milésimos de segundo da nossa rotação... Meu relógio vai ficar adiantado, desse jeito... Enfim... Durante esses dias passados, eu olhava para as pessoas nas ruas, e pensava em como poderia ser óbvio que em qualquer lugar eu poderia encontrar alguém que realmente quisesse o mesmo que eu. E pensava cheguei a lamentar, algumas vezes, o fato de esse alguém não ser um "certo alguém", mas esse pensamento logo passava, pois não tem mais a mesma força que tinha quando eu realmente desejava isso com todas as forças. E aí eu lembrava de tanta gente me dizendo que eu tenho um bom "papo" e que tenho a "lábia dos grandes mestres", e do meu apelido no SENAI, durante o curso técnico ("O único pegador BV do mundo"), e me perguntando se lábia realmente vale alguma coisa...

Lembro que me disseram que meu problema é justamente o fato de eu me importar... De querer ir atrás. Mas acho que isso não faz sentido... Quando eu entrei no meu estado de "Porra-louquisse" (como me disseram que se chama quando a gente age feito criança por algo que não pode existir a força), em junho do ano passado, e escrevi coisas tão dolorosas, que até pouco tempo me doia ler, mas que agora é mais uma cicatriz... E é claro: não dá certo!

Me chamaram de maduro, essa semana. Disseram que eu supero fácil demais, algumas coisas... Isso não me faz sentir maduro... É só uma qualidade inerente aos fleumáticos! Além, é claro, de eu ter situações suficiente na vida, pra aprender a "superar" (mesmo que para mim, não sejam obstáculos pra serem superados). Todos vocês que me disseram isso, durante a semana, em situações diferentes, maus aê, mas eu sou phoda! Não sou maduro!

E aí, é claro, vem o fato de que tudo isso não perturbou minha alma nem uma vez. Mesmo nos momentos que eu ria como que com naturalidade, mesmo nos momentos em que eu socava com raiva uma parede ou um poste, mesmo nos momentos em que eu me calava, ou dizia as verdades que alguém gostaria de não ter ouvido, mesmo quando eu pude me arrepender, mesmo quando eu poderia me orgulhar, durante toda essa semana, a única coisa que não demonstrei, e que foi a única coisa que realmente pude sentir foi PAZ.

Mesmo quando eu estava excitado, e minhas asas começavam a se sacudir, elas não queriam me levar para cima, e sim abanar o calor. Mesmo quando eu recolhi minhas asas, eu não queria me proteger, e sim relaxá-las. Mesmo quando eu as sustentava abertas, não estava querendo mostrá-las a ninguém, mas sim alongando. E somente enquanto elas estavam discretamente quietas é que realmente mostravam: paz. Imperturbável. Inquebrável. Impenetrável, por toda uma semana. E isso é muito agradável.

O engraçado é que essa posição (de paz) é a única posição em que ela nunca se fecha. Mesmo assim, as pessoas não a notam, deferentemente de quando estão encolhidas, escondendo meu corpo de qualquer ataque que possa me ferir (... ainda mais, pois é a posição que tem representado minha tristeza).

...

Paz...