terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sinestesia

Eu contaria sobre outras coisas, no post de hoje. Mas deparei-me com essa palavra: Sinestesia.

Se existe sinônimo, para ela, eu desconheço. Mas posso tentar explicar o que ela significa.

Sabe aquele cheiro de comida caseira que você sente, e vê em sua mente a sua avó/mãe/tia cozinhando, no tempo em que você era criança? Sabe quando você olha para uma pessoa e ouve no seu coração uma música que não toca mais?
Isto é sinestesia. O exato momento em que um dos seus cinco sentidos te remete a sensações de um dos outros quatro.

Em questão: o cheiro das pessoas.

Eu estava conversando, hoje no SENAI, quando senti uma brisa suave. Quando me concentrei nas carícias dessa brisa em meu rosto, notei que junto dela, também estava sentindo um cheiro muito familiar. Um cheiro que não era artificial, como muitos outros, mas pertence a uma só pessoa.

É claro que essa pessoa estava ao meu lado e contra o vento! Mas eu pensei, como que instintivamente, nos aromas todos, que são tão exclusivos, de certas pessoas. Não sei se esses aromas tem a ver com a genética, se são praticados para terem homogeneidade, se foram buscados, de alguma forma, mas todos tem um cheiro próprio que ninguém sente, a não ser que preste muita atenção.

Por exemplo, minha irmã, de quem eu já falei incontáveis vezes, tem um cheiro artificial: um perfume, chamado Secita (não tenho certeza de como se escreve), do Boticário. Não importa onde eu esteja, se eu sentir esse cheiro, a imagem dela me vem à mente, como se só pudesse pertencer a ela. Mesmo que eu saiba que esse, em particular, não é exclusividade, se não de clientes dessa perfumaria. Ou presenteados por clientes. (Se bem que tem muito tempo que ela não usa mais esse perfume... Ou eu é que não o noto mais, já que estamos um tanto distantes um do outro).

Mas o perfume que me trouxe até aqui, não pode ser comercializado. Não é como se fosse o cheiro do perfume, do sabonete ou do amaciante de roupas... Na verdade, é o cheiro que o corpo dela (Karol) exala. Não sei porquê, não sei como, não sei quando ou em que condições. Mas sei que exala. E não importa se ela tomar banho, não importa se ela se perfumar, esse cheiro sempre vai estar lá, inda que disfarçado.

Me lembro de quando eu sentia o cheiro da Soraya, na época em que estudávamos juntos, e eu estava tão habituado a senti-lo, que quando ela não aparecia na escola, era uma das muitas coisas que me fazia falta. E toda vez que fui à sua casa, observei uma coisa: o cheiro está lá, também, mas não está só. Existem outros aromas que se misturam a ele. E tenho certeza de que pelo menos três deles, são dos outros moradores da casa. E sei diferenciar bem qual é o seu do de sua irmã, com quem também tive mais contato.

Talvez quem chegar a ler isso, pense que sou uma pessoa vulgar, por estar falando esse tipo de coisa. Mas posso garantir que qualquer pessoa um pouco mais atenta pode observar esse mesmo fenômeno. E dirá, com toda a certeza, que não é como se a pessoa não tivesse higiene ou algo do tipo, mas como se ela tivesse uma impressão digital aérea, que a envolve constantemente.

E digo mais uma coisinha: o cheiro de quem se ama, sempre faz falta. Mesmo que seja o “simples” amor fraterno.

E espero que cada um de vocês tenha pelo menos uma aroma de sinestesia para se gabar. ^^

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, jô!
que post bacana! Tem cheiros que me lembram gostos. Outros me lembram pessoas.
Mas tenho alergia a perfume, então pessoas muito perfumadas pra mim são fedorentas, heheh
Bjo

Valentina disse...

Esse negócio de cheiro é sério mesmo, eu costumo esquecer fisionomias, mas cheiros NUNCA!
Tem um selinho pra vc no meu blog.
bJS

R.a.c.k.y.s disse...

Senti um amor adormecido no ar... um cheiro talvez...

Fraterno ou não... não sei... mas amor!!!

"Cheiro de Orvalho-Flor, não o de Fumaça-Gente!" - Cheiro de Orvalho - Raquel.