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terça-feira, 24 de setembro de 2019
A primeira noite desta primavera
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sábado, 21 de setembro de 2019
Resumão com omissões
Mas, parando pra pensar, se eu não achasse que poderia acontecer, já o teria apagado como fiz com os outros, não é mesmo? Ou talvez o tivesse apagado pra evitar que isso acontecesse. Rsrsrsrs
Estive pensando nas voltas que a vida dá. Quando comecei a publicar em blogs, eu tinha por volta de 12 anos. O servidor que eu usava à época já nem existe mais. E na ocasião, eu praticamente só publicava poesias, crônicas e pensamentos filosóficos.
Era uma época simples. Sentimentos simples, pensamentos simples, relacionamentos simples... Eu não tinha maturidade ou experiência pra nada muito complexo, então não tinha como ser diferente. Mesmo assim parecia que tudo era complexo demais pra mim. O que é que um pré-adolescente recém formado sabe da vida?
Era uma época feliz. Inocente... Ingênuo... Mas eu era feliz. E sim, estou dizendo que era. Aquele tempo teve seu fim. Com ele, a inocência, a felicidade e tudo o mais que havia no pacote.
Desde esse tempo já tive outros blogs, Flogão, Orkut, MSN, ICQ, e isso é só a ponta do iceberg. Deixei de escrever poesia, deixei de filosofar, deixei de... Ser aquela criança que começou a abrir a vida na internet.
Muita coisa aconteceu na vida real, também. Duas ou três escolas, cursos profissionalizantes, curso técnico, três faculdades abandonadas, quatro empregos, um quase namoro, um casamento, um divórcio, muitas amizades que vieram, foram, ficaram... Momentos felizes, momentos pavorosos, depressão, recuperação...
Muita evolução. Muito aprendizado. Um novo presente. Diferente de todos os anteriores. Na verdade, o passado parece até ficção.
Já curti séries, novelas, animes, Doramas, livros, HQs, novela, mangas, manhwas, Netflix, telecine play, tv a cabo, tv aberta...
Já comecei a estudar inglês, espanhol, francês, italiano, japonês, LIBRAS e coreano. E o meu português que já se pareceu com o do ex-presidente Temer, hoje está muito mais parecido com o de Tatá Werneck.
Já frequentei igrejas evangélicas, católicas, um centro espírita, fui agnóstico por um pequeno período, mas sem deixar realmente de ser cristão (faz sentido pra alguém?).
Já tive carro e apartamento. Não gostava da ideia de andar de moto e hoje não quero sair de cima da minha.
Quanta história... Quantas ilusões desfeitas... Quantas frustrações... Quantos tombos feios...
E todo esse passado, como já mencionei, me trouxe a este presente.
Um presente que ainda está longe de ser feliz. Mas do qual eu até que gosto!
Voltei a experimentar uma paixão passageira. Lembrei que não sou qualquer pessoa pra ter um par. Lembrei que amigos não são pessoas que estão sempre lá quando precisamos, porque eles tem as vidas deles. Lembrei que pessoas as vezes gostam da nossa companhia e acabam dando um jeito de nos encontrarmos. Lembrei que tem gente pra quem a gente só é útil. Descobri que tem gente que não está disposto a viver sem a gente.
Já me achei bom. Já me achei mal. Já me achei bonito. Descobri que estou perdendo a visão de um olho e o outro está ficando sobrecarregado.
Lembrei que ser diferente nem sempre ajuda a gente a fazer amigos. Afastei sem querer gente importante. Algumas sem nem saber como. Conheci mais gente importante. Me tornei importante pra outra gente.
Já ajudei. Já fui ajudado. Já atrapalhei, incomodei, perturbei, fui inconveniente. Já paguei (e continuo pagando) o preço por isso.
Hoje estou tentando fazer o bem pra todo mundo. Até pra quem não pede. Algumas pessoas que acham que não merecem. E tenho voltado a ser ingênuo. Inocente. Chato. Hahahahaha
30 anos. É tempo a beça... Não sei se gosto do meu passado. Mas pra mudá-lo, eu teria de abrir mão do meu presente. Então acho que, mesmo sabendo toda a dor que estaria por vir, eu não mudaria nada.
Por enquanto é só. Até qualquer dia.
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Reconstrução
A vida segue. Uma jornada que fazemos caminhando. E, sem rodas, precisamos mover as pernas pra manter o movimento. Se paramos pra descansar, também paramos de avançar.
Não é com todos que acontece, mas comigo aconteceu. Nos avanços da vida, construi sonhos e, alguns, realizei. Tive de tudo que se pode ter na vida: família, trabalho, posses, mais sonhos...
Já tive uma esposa, que pela providência nunca conseguiu me dar filhos. Um apartamento, que também já chamei de casa. Carro. Nunca fiquei desempregado.
Mas, se a providência achou por bem que eu não tivesse filhos, talvez tenha considerado o que estava por vir.
Num dado momento da vida, parece que fui atingido por uma tempestade forte o bastante pra me levantar do caminho e me arremessar incontáveis passos atrás. Mas o retrocesso em si não teria sido tão ruim, se a queda não tivesse quebrado minhas pernas.
E então estava eu sem esposa, sem emprego, sem um lugar pra chamar de casa... Sem sonhos. E mais que tudo, machucado demais pra sequer voltar a caminhar.
De fato, vi um fim na vida. Nada mais fazia sentido. Eu estava sem forças pra me arrastar. E, por fim, tentei abandonar o caminho.
Não posso dizer se foi covardia ou a providência que me impediu de ir embora. Mas estranho muito que de tantos cortes que fiz no meu corpo (os não metafóricos), o único que deixou marca não é o bastante pra que alguém que o veja desconfie que eu mesmo o provoquei.
O que eu não percebia durante esse processo, é que Minhas fraturas calcificavam, meus cortes fechavam, os arranhões cicatrizavam. Como todo organismo vivo, o meu estava lutando pra continuar vivo.
Num dado momento, eu comecei a me mover. Um tempo depois, comecei a me levantar. Sem perceber, eu estava andando de novo. Sem muletas. Sem ajuda. Estava recuperado.
Hoje estou seguindo em frente. Do começo da minha jornada. Morando com os pais... Trabalhando... Tentando construir a vida, com um lugar que eu possa chamar de meu... Planejando o dia em que possa ter as minhas coisas... Meu lar... Meus sonhos.
Se vocês chegaram até aqui e leram com atenção, devem ter notado que eu disse que estou recuperado. Não estou curado.
Algumas vezes, quando estou andando concentrado demais no caminho à frente, sou lembrado do passado pelas dores que ainda sinto nas pernas. Algumas costelas também doem, as vezes, pra me lembrar que eu caí. Algumas vezes a dor faz parecer que não consigo respirar, pra no momento seguinte parecer que nunca aconteceram. Quase como se eu despertasse de um sonho ruim.
Mas essas dores já não me impedem de continuar caminhando.
Na verdade, minha bagagem, que fica cada vez mais pesada, não tem sido um fardo. Tenho a carregado como num treino, aumentando a dificuldade conforme me adapto ao peso.
É verdade que recuperei algumas pessoas que havia deixado. Mas ninguém que sai do rio pode voltar às mesmas águas. Nada será como antes. Os sentimentos tentam disfarçar, mas a alma sempre sabe. Temos instintos.
...
Acredito que existem momentos em que a solidão é a melhor companhia. Mas ainda é uma companhia que nos deixa só. Que bom que ela faz parte da minha bagagem. Que bom que eu aprendi a andar com ela. Que bom que ela não é mais uma companhia...
Assim, seguindo em frente, olho em volta de quando em vez, pra ver os caminhos de outras pessoas que se aproximam do meu. Aproveito os breves momentos em que parece ter alguém caminhando ao meu lado. E começo a desejar que chegue o dia e que algum caminho se junte ao meu. Torcendo pra que estejamos ambos prontos para seguir juntos até o fim. Mesmo que eu esteja pronto pra isso nunca acontecer. Mas, acontecendo, que naqueles momentos em que minhas pernas, ainda não curadas, falharem, eu tenha alguém pra me ajudar a seguir. E que eu possa, quando se fizer necessário, fazer o mesmo.
Eu já pedi a Deus por paciência e Ele me fez esperar. Já pedi forças e Ele me fez carregar outras pessoas. Já pedi fé e Ele me fez enxergar obstáculos. Pedi que me ensinasse a amar e Ele me deu inimigos. E quando eu pedi sabedoria, Ele se calou, pra que eu encontrasse as respostas por mim mesmo.
Hoje não peço mais nada. E espero, quando eu der o meu último passo, ser uma pessoa melhor.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Coisas que eu sei... Agora eu sei...
Eu quero ficar perto
De tudo o que acho certo
Até o dia em que eu mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento é minha distração
Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio mostra o tempo errado
Aperte o play
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo ta fechado pra visitação
Coisas que eu sei
O medo mora perto das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupaÉ minha Lei
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro do que eu desenhei
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas no meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos que eu não sei usar
Eu já comprei
Ás vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre quando eu tô afim
Coisas que eu sei
As noites ficam claras no raiar do dia
Coisas que eu seiSão coisas que antes eu somente não sabia...
Agora eu sei...!
segunda-feira, 16 de março de 2015
Vento no litoral
Essa poesia do Renato não reflete um momento da minha vida, mas me traz paz.
Vento No Litoral
Legião Urbana
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora
Ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos
Pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora