sexta-feira, 5 de março de 2010

Poetizando...

Os Morangos

A vida tem sabor de morangos: Não precisa de complementos, para ser saborosa. E também não tem gosto bom, se saboreada fora do tempo.

Mas, mesmo que não precise disso, algumas vezes trabalhamos nossas vidas como os morangos: Quando conhecemos amigos, estamos unindo nossos morangos a outros morangos que podem ser muito doces, também. E um morango sozinho, só serve para nos trazer mais vontade de morangos.

E mesmo que o morango seja saboroso, nós podemos adoçar ainda mais: Quando um amigo nos faz feliz, uma presença que nos faz sorrir, e, finalmente, uma simples existência cuja memória nos traz o riso, é como se colocássemos leite condensado, nos dando um prazer que vale mais do que pode parecer uma simples sobremesa.

E, de vez em quando, nos apaixonamos, e fazemos com morangos um milkshake! Claro que um milckshake não existe sem leite, como uma paixão não está pronta sem lágrimas, sejam elas de alegria, ou de pesar. Mesmo assim, são lágrimas que podem ser desfrutadas com muita sede! E são tão puras como é branco o leite.

Algumas vezes, nós exageramos no quesito "melhorar a vida". Já provaram morangos cobertos com chocolate? Já conhecem o êxtase desse que já foi considerado o alimento dos deuses, junto com uma das mais saborosas frutas que o homem pode provar? Esse é o mais alto grau de prazer que se pode ter com morangos, quando se é um chocólatra irremediável.

E há também o caso de não nos contentarmos com o morango. Mesmo assim, não podemos rejeitá-lo! Apenas incrementamos com frutas diferentes, como as uvas, que recebem o apelido de "doce-da-terra". Delicioso. É o mesmo que misturarmos sentimentos e sentidos, nos confundindo a nós mesmos, e nos fazendo perguntar "o que será mais gostoso?".

E, caso isso não seja o bastante, para um estômago forte, sempre existe aquilo que só se alcança com o tempo. Na vida: sabedoria. Com os morangos: um bom licor. E tanto a sabedoria quanto o licor, algumas vezes nublam nossos sentidos, mas nos dão uma percepção real do que estamos sentindo. E nos fazem ser verdadeiros. E nos fazem dormir sossegados, depois de um tempo. O que vem quando acordamos, varia entre ressacas e vontade de mais morangos!

Eu estava caminhando por um vale, um campo onde alguém plantou morangos... Quando me dei conta, eu mesmo, de repente, era um morango. E vi, num arbusto um pouco distante, um outro morango pendurado... E desde então me pergunto se esse morango não me permitiria pendurar-me em seu galho, pra que meramente sentisse seu cheiro que a brisa traz.

Jônathas Oliveira Ayres - 05/03/2010

(Para uma amiga querida)

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