terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas que a ninguém interessa...

Sabem, eu estive pensando (coisa que eu nunca paro de fazer) e cheguei a uma conclusão. Algo que talvez me torne mais humano, coisa da qual eu nunca me gabei. Mas já que eu realmente estou me tornando cada vez mais humano, e sem qualquer desejo de me tornar um "bom humano", não me importo de dividir minha inveja com vocês.

Acho que poucos de vocês sabem quem é Paulinho Moska, mas muitos de vocês já ouviram a versão dele de "A Idade do Céu", que foi introdução de "Malhação", na rede Globo. E devo dizer uma coisa: eu não gosto das músicas dele, ou pelo menos da maioria, porque sinceramente, parece que nada na vida dele dá certo. O tempo todo ele canta coisas do tipo "não consigo te esquecer" ou "queria que algo fosse diferente"... Não com essas palavras...

Mas, de fato, não posso deixar de ouvir suas músicas, e recentemente descobri o porquê (ainda existe esse "porquê"?): elas dizem muito a respeito do que eu sinto. Por exemplo:

"Eu
Fiquei sozinho até pensar
Que estar sozinho é achar que tem alguém
Já me esqueci do que não fiz
O que farei pra te esquecer também?
Se eu não sei o nome do que sinto
Não tem nome que domine o meu querer
Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passo que eu dei (Eu andei...)"

Acho que tenho alguma experiência pra falar de solidão... E de ilusão, também... Quanto a não saber o nome do que eu sinto, é algo maior, um pouco... Vejam:

"O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor

Poderia se chamar nuvem
Porque muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme a que nunca assisti antes

Poderia se chamar la-bi-rin-to
Porque sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar a u r or a
Pois vejo um novo dia que está por vir

Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta mas sei que não é assim

Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado

Poderia se chamar universo
Porque sei que não o conhecerei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer: aventureiro

Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo

E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo
"

(Não deveria se chamar amor)

to das músicas dele, ou pelo menos da maioria, porque sinceramente, parece que nada na vida dele dá certo. O tempo todo ele canta coisas do tipo "não consigo te esquecer" ou "queria que alg

E tem outras coisas que de quando em quando me ocorrem, como:

"Porque ao longo desses meses

Que eu estive sem você
Eu fiz de tudo pra tentar te esquecer

Eu já matei você mil vezes
E seu amor ainda me vem
Então me diga quantas vidas você tem."

(Quantas vidas você tem?)


Parece triste, pensar nessas coisas, né? Mas eu não me sinto triste, mesmo quando canto essa música... Frustrado, talvez, mas não triste. E acho que isso é o que me dá mais raiva por ainda ouvir as músicas dele: elas refletem, de alguma forma, tudo o que eu tenho sentido... Toda a frustração, e todas as desventuras... E, algumas vezes, também a tristeza... Mas essa já não me é o que costumava ser.


Uma das vantagens de não ser feliz, como eu costumava ser, é que as tristezas não parecem tão grandes... Isso me lembra o caso das gêmeas na mitologia que sonhavam o futuro: a que sonhava as tragédias, era feliz, sob argumento de que, quando se passa a noite vislumbrando tristeza, as coisas que se vê quando acordado não parecem ruins, ao passo que a segunda sonhava com tantas cenas alegres, que não importava o prazer, ela nunca sorria quando acordada.


De qualquer forma, sim, algumas vezes eu sinto tristezas extensas (que são melhores que tristezas profundas, na minha opinião), o que tomaria mais algum tempo:


"Álgida saudade me maltrata desta ingrata

Que não me sai do pensamento
Cesse o meu tormento, tréguas à minha dor
Ressaibos do meu triste amor

Atro é o meu grande martírio
Das sevícias tenho n'alma a cicatriz
Deus, tem compaixão deste infeliz
Mata meus ais...Por que sofrer assim
Se ela não volta mais?

Esse pobre amor que um dia floreceu
Como todo amor que é sem vigor, morreu
Ai, mas eu não posso esquecê-la não
A saudade é enorme no meu coração

Versos que a pujança desse amor cantei
Lira de poeta que a sonhar vibrei
Cinzas, tudo cinzas eu vejo enfim
Desta saudade enorme que reside em mim

Morto ao dissabor do esquecimento
Num momento ebanizado da paixão
Está um coração que muitas dores padeceu
Um pobre coração que é o meu

Dentro de minh'alma que se aflige
Tem um esfinge emoldurando muitas fráguas
Deus porque razão que as minhas mágoas,
A minha dor não fogem de minh'alma
Como fugiu o amor"

(Cinzas)

De qualquer maneira, acho que as coisas continuam as mesmas, não? Eu sendo um pouco diferente de todo mundo... Mas agora muito mais igual a ninguém. E cada vez mais humano, longe de ilusões de ser uma boa pessoa quando crescer... Acho que não tive tanta paciência quanto cheguei a pensar, porque cansei de esperar por algo que nem sempre desejei, mas que agora faz mais falta do que estou disposto a suportar...


E continuo falando de mistérios que não tenho a intenção de revelar, e continuo caminhando e continuo... Fui!

Um comentário:

Anônimo disse...

Juro que não esperava vc mandar um "não fode, caralho!" pro anônimo que comentou no meu blog huahau
Obrigada por isso ^^
E ia escrever mais alguma coisa e esqueci, pra variar ¬¬
Quando lembrar volto ^^
Bjs