sexta-feira, 11 de julho de 2008

Procura-se namorada.

Vim aqui me expor ao ridículo, de dizer que quero uma namorada.
Digo ridículo, porque é assim que me sinto em ter de admitir o que vim dizer aqui. Não que eu já não tenha feito muito pior, o que já é motivo para eu não me preocupar com isso...

O fato é que eu não sou o tipo de gente que atrai muitas candidatas, embora elas existam. Claro que eu já fiz, como todo homem, ou melhor, todo adolescente, e exagerei um pouco, contando vantagem, mas se fosse verdade que fossem tantas as minhas pretendentes, improvável que nenhuma me servisse. Na verdade, é na qualidade de ser humano que venho declarar que não posso ficar só por muito tempo mais.

Esclarecendo o que quero dizer, é que estou falado dos danos de personalidade que venho sofrendo. Já não é novidade para ninguém que eu tenho muitas personalidades. Também os que me acompanham há mais tempo hão de saber que até dei nomes a eles.
Não é que eu seja bipolar ou qualquer coisa assim! Eles não alternam entre um e outro, mas todos trabalham em conjunto, para que eu seja eu. Cada um tem um pequeno traço que os faz parte de mim. Sem cada um deles, eu não seria o que vocês conhecem.
Mas o fato é que há entre eles, os que eu não gosto que existam, embora também os julgue necessários. Karl-El é o principal deles. Ele é terrível e completamente desprovido de sentimentos bons por outras pessoas. Ele é tão frio, que mal poderia se arrepender de qualquer coisa. Se ele fosse eu, estejam certos de que eu já teria matado alguém com um sorriso no rosto.

Recentemente, ele, bem como outros do grupo, tem se tornado mais ativos. Há quem possa julgar isso uma coisa boa, mas eu não. É fato que eles me tornam uma pessoa mais ativa e mais interessada naquilo que eu deveria me centrar mais, mas em contra ponto, me torna a pessoa mais fria e perigosa que eu tenho a capacidade de ser.

A exemplo: Estava eu, ontem, indo ao Centro de Sto André, a pagar o curso de CFC (a saber “Centro de Formação de Condutores”), e fui caminhando. Encontrei a rua com alguma facilidade, mas eu teria de atravessar uma tremenda avenida para chegar ao lugar exato. O fiz e encontrei o lugar, que estava bem camuflado, parecendo mais um sindicato que qualquer outra coisa. Pois bem, levei comigo metade do dinheiro, achando que poderia pagar o resto depois. O parcelamento poderia ser feito, mas com a condição de que ficasse lá o cheque. Eu, mais por não ter pensado nisso antes que por outro motivo, fiquei furioso, comigo, por ter andado até ali para nada. Mas isso passa e eu até gosto de caminhar, o que me ajudou a relaxar no caminho de volta para casa. Andei cerca de 45 minutos, até então. Na volta, andei mais 30 minutos, que foram o suficiente para me acalmar, embora eu estivesse com o Sol nos olhos. Quando estava passando próximo à Estação Rodoviária de Santo André, subi o viaduto já do outro lado, vi à boa distância, que seria abordado por garotos de rua. Dois molecotes e duas garotas. As garotas deviam ter seus 14 anos, no máximo e os garotos, um com mais ou menos essa idade e o outro com aparência e tamanho de que tivesse sete. Eles chegaram pedindo dinheiro e eu, até então calmo, disse que não tinha. Eu estava preparado para a insistência, mas o garoto mais velho começou a engrossar, comigo. Eu fui perdendo a calma. Ele insistindo e eu ficando nervoso. Uma das garotas tentou enfiar a mão no meu bolso e eu tirei, com a intenção de quebrar o braço dela. Me contive e apenas soltei a mão dela.
O garoto veio querer engrossar ainda mais e eu não me contive: Comecei a gritar com ele, e quase parti a cara dele no tapa. Ficamos ali por uns segundo até que eu voltei a mim e, ainda furioso, mas com um arrependimento começando a aflorar, me afastei e segui meu caminho.

Agora o importante: O meu arrependimento. É um traço bem peculiar que eu desenvolvi, de amar aos desconhecidos. Principalmente por ter Jesus morrido por eles, também. Não sei se já comentei isso aqui, ou no outro blog, mas sou evangélico, freqüento uma igreja batista, e, não que seja por isso, mas sempre tentei me comportar com todo o respeito ao próximo e amor. O fato é que eu sou um igualitário pacifista. Tenho meus preconceitos, mas todos eles estão justificados na minha mente o que os faz diferente de um preconceito: são opiniões formadas.

O fato é que e teria realmente batido naquele garoto, se eu não tivesse saído de lá em tempo. Só Deus sabe se eu teria parado com a surra, ou se eu não teria mesmo matado, aquele pobre garoto. Há quem vá me censurar, reprovar, ou até estranhar que eu tenha deixado passar, ou que eu esteja pensando assim deles. Mas é como eu me sinto: eles estão perdidos, mortos e eu não estendi minha mão para ajudar, apenas os coloquei mais no fundo. Que vergonha eu sinto do que senti naquele momento.

E não me digam que é natural do ser Humano, porque eu sempre fui exceção quando se trata de “natural do ser humano”. Eu gosto de pensar no tema “Sedes, pois meus imitadores, como eu sou de Cristo”, dito pelo apostolo Paulo. E Jesus teria feito mais por eles, se eles o tivessem tentado assaltar. Ele os teria salvo e eu simplesmente não quis isso. Pelo contrário: quis mais é que eles fossem para o inferno naquele exato instante.
Não pensem que estou me fazendo de santo ou coisa assim, muito pelo contrário: me julgo o pior dos pecadores.

Então vou entrar no assunto que vim tratar hoje: Eu preciso de uma namorada. De preferência uma que seja portátil, para eu poder leva para onde eu for.

Por que?! Porque quando eu tiver alguém para impressionar, provavelmente eu não vou ter esse tipo de pensamento.
Para que?! Para eu poder mimar, dar carinho e, nesses momentos, poder desabafar.

Tudo bem que eu tenho o meu blog e que eu posso desabafar aqui, mas eu não sou assim. Eu quero alguém para conversar sempre, mesmo que eu não esteja me sentindo uma boa companhia. Mesmo que o mundo não faça sentido, alguém que venha sorrir para mim. Alguém que eu possa amar incondicionalmente, sem esperar pela reciprocidade, porque eu sei que ela existe. Alguém que vai se machucar sempre que eu perguntar se ela me ama, porque ela vai achar que eu estou duvidando, quando na verdade eu só vou estar buscando ouvir isso da boca dela. Eu quero o que eu sei que é bom para mim, mesmo que eu não entenda porquê é bom para mim.

Eu quero parar de chorar por dentro, já que por fora eu choro muito raramente. Eu choro na presença de Deus, mas isso já não me é suficiente. E nem deveria ser suficiente, ou deus nunca teria feito a mulher.

“E viu Deus que não era bom ao homem estar só e, fazendo-lhe cair num profundo sono, tomou uma de suas costelas e fechou a carne por cima dos ossos e daquela costela fez a mulher e a deu por companhia ao homem”.

É isso que eu quero: uma companhia.

Desculpem o meu prolongado desabafo, que foi ainda mais prolongado pela narração e pelas explicações, talvez exaustivas e demasiadas.

Se você leu tudo, muito obrigado. Se leu metade, não deve ter chegado até aqui. Se nem se prestou a perder o seu tempo comigo, eu entendo.

Sem ósculos, nem amplexos, reverencio e me retiro.

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