sem poder me redimir,
e o que é passado vai secando.
conforme os dias vão passando.
Tudo muda enquanto espero,
junto ao meu amor sincero,
por algo que não existe,
sem me dar o direito de "estar triste".
Ainda que eu não pareça ou seja são,
de todos os prazeres já abri mão
tentando aprender a voar,
sem saber que ia encontrar
teus olhares na contra-mão,
vagando pela imensidão,
Como se eu não estivesse lá.
E no fim de quase tudo,
fui achar o fim do mundo
no mais inesperado lugar,
já sem ter o que esperar,
um novo horizonte a cobiçar.
E essa nova ambição,
minha nova inspiração,
é na verdade fonte de sentimentos,
milhares deles jorrando a todo momento
como se não fossem muitos pra um só mundo
vêm encher meu pensamento.
Aí eu desejo que tudo mude
que o passado não esteja lá...
Mas a vida foi tão rude
que fiz-me conformar.
Seja o que tiver de ser!
O que tiver de ser, será!
E um dia hão de esquecer,
que eu não pude controlar
a aurora, o dia e o anoitecer
da fase da vida em que aprendi a amar.
Jônathas Oliveira Ayres - 13/02/2010
Eu pensei que não ia mais escrever... Na verdade eu não tenho certeza de como foi que acabei digitando isso...
Sabem, eu vivia dizendo que mataria a poesia em mim... Mas durante os meses que não escrevi, acho que foi só isso mesmo: eu não escrevi. E isso está longe de significar que eu não sou poeta. Na verdade, acho que sempre o serei, até que eu descubra o que virá... Isso, é claro, se o "que virá" realmente vier. E isso faz de mim, também, um filósofo. E acho que somente por ser filósofo é que eu tenho a capacidade de amar idéias e me dedicar a elas com tamanha paixão.
Da mesma forma, por ser homem é que eu sou cabeça dura e não posso evitar de ser teimoso. E por ser teimoso é que eu disse por tantas vezes, e ainda penso nisso, que mataria a poesia em mim. Mas um poeta é poeta, não porque escolhe ser poeta, certo? Existe predestinação? Será que pode haver outra certeza na vida, além da morte? Se não pode, então entra em questão o fato de eu ser louco: pois há em mim muitas certezas e convicções que estão além desta banalidade que é a morte.
Escrevo, sim, pra passar o tempo, quando na verdade, sei que o tempo não vai passar. E penso no tempo que eu quis conservar, sabendo que nada impede o tempo de continuar.
Fica no ar, uma última rima:
Se você me encontrar, olhando pra cima,
Seja ao luar, em romântica cena, seja em azul céu, num vislumbre distante,
A rima falhou, mas quem rir disso é feliz!
^^
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