domingo, 19 de outubro de 2008

Tristeza satisfatória

Parece um paradoxo isso, não? Estar satisfeito justamente por estar triste... Mas é o que sinto agora... A explicação:

Eu nunca entendi muito como as pessoas ficam tristes com a morte de um ente querido... Menos ainda, como poderiam ficar tristes com a morte de pessoas que nem mesmo conhecem... Mas isso tudo mudou, de forma derradeira.

O mais estranho, é que eu fiquei triste, justamente com alguém que eu não faço idéia de quem realmente seja...

Todos devem ter acompanhado, mesmo que vagamente, o caso da jovem Eloa, seqüestrada pelo ex, mantida refém na própria casa, por quase uma semana... Quando tudo começou, eu logo vi que a intenção do rapaz era matar a moça e depois se matar, embora tenha constatado a falta de coragem pela demora... E ele até juntou coragem, num momento de medo, quando viu que a polícia estava invadindo a casa: Matou a menina. Mas não conseguiu se matar! Talvez eu tenha me enganado e ele só quisesse mesmo torturar a menina... Talvez coisa pior, e eu tenho certeza de que rolou no mínimo estupro naquela casa!

Mas a garota morreu. É o que importa, para este post. E uma coisa que nunca tinha me acontecido, em 19 anos, 3 meses e 15 dias de vida: eu fiquei triste.

Não triste, apenas, mas fiquei realmente arrasado! ... Cheguei quase ao pranto! Embora isso tenha levantado novas dúvidas, como "por que?", "por que só agora, depois de tanto tempo eu sinto isso?", "Por que por uma completa estranha, se nem pelos meus queridos que partiram eu senti isso?" ... Em fim... Coisas assim que estão perpassando o meu pensamento.

Dúvidas à parte, essa anátema me trouxe mais próximo do que jamais estive, de me sentir humano. [...] Isso me satisfaz.

Ósculos, amplexos e reverências.

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