quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Extraído:

"Recordando um passado distante... Uma história da vida alheia... Eu nunca fiz parte desses momentos...

Mas bem lá no fundo do baú, num canto escondido e largado, algo me chamou a atenção: Uma foto. Mas não era qualquer foto... Era uma foto minha. De um dia em que eu era diferente...

Por alguma razão, eu tinha o cabelo penteado, usava roupas elegantes, e notava que estava num quarto... Um quarto que se parecia com o meu, tinha a porta como a do meu quarto, com uma toalha pendurada, a lâmpada apagada, denunciando o dia que brilhava lá fora, um guarda roupas... Tudo nele se parecia o meu quarto... O mais estranho, é que o recinto onde a foto havia sido tirada, era o mesmo em que eu encontrara aquele velho baú... O mesmo lugar onde eu estava analisando o passado em busca do motivo de tanta nostalgia... O mesmo em que eu pousara em sono tantas vezes antes... O mesmo lugar em que eu desejara estar, tantas vezes, sozinho... O lugar que eu não conseguia chamar de meu...

E eu respirava e via as reticências se desenhando novamente na minha mente. E percebi que aquilo era nostalgia. E soube que estava sentindo falta de algo que eu tivera desejado, mas nunca tive realmente, nem mesmo a pretensão de possuir. E novamente me senti humano, com defeitos, virtudes, sentimentos, lágrimas... E tudo se fez óbvio e vivo, novamente... Acho que foi por isso que eu gritei por dentro “Basta!”. Levantei-me e, como fosse o normal, ou o certo a se fazer, coloquei tudo que havia na minha alma em um único golpe, que eu não consegui desferir contra a parede. A final, aquele era um lugar mágico, de onde não poderia sair sem assimilar todo o meu próprio ser. Não era para ferir, abrir passagem ou aliviar o corpo, que eu coloquei a alma naquele golpe, mas para me livrar dela quando, por força do choque, se dissipasse ou consumisse toda a sua energia. Talvez isso me matasse, mas não seria a primeira vez que eu me sentiria morto... Agora, no entanto eu só podia pensar numa única coisa: Como, quando e por quê, haveria eu entrado naquele lugar? Será que algum dia eu sairia dali? E como eu faria isso se, mais do que nunca, eu me tinha metido só?"

Do livro "A versão que ninguém contou, da história que ninguém ouviu", por Jônathas Oliveira Ayres, nunca nas bancas e livrarias de todo o Brasil.

R

4 comentários:

Cansei de ser abduzida disse...

Vc não se afogou onte não ne?

espero que nao!

beijos..

.Intense. disse...

Jhonyyyyyyyyyyyyyyyyy (eu nunca sei quando escrevi seu nome com os 'Hs' no lugar certo, mas faz parte, pode ver que cada comentário está de um jeito, hahaha...)


Eu sumiiiiiiiiiiiiiiiii daqui, né? Peço sinceras desculpas pelas ausências...e o blog tá com um Lay novo, agora nós vemos seu rostinho...

;)

embora eu já tivesse te rastreado pelo seu flog uma vez, pra matar a curiosidade. Mas ficou mto bom, viu?

Lendo por aqui, te achei meio angustiado, sufocado, não sei...are you ok?

=/

Anônimo disse...

Oi, moço!
Desculpe a ausência. Foram duas semanas muito intensas aqui. Estou prometendo minha volta.

Sobre aquela notícia ruim que tinha de dar... bom... falar eu falei. Foi horrível, fiquei um tempo sem conseguir dormir, sofrendo com a reação que a pessoa poderia ter. E não é que ela reagiu bem?

Gostei do título do livro: A versão que ninguém contou da hisótia que ninguém ouviu. Adorei.

Bjo

Anônimo disse...

Por onde andam seus �culos???
Sinto falta deles...
bjo