domingo, 28 de junho de 2009

Hora de crescer?

No ano de 2000 minha vida sofreu alguns ajustes... Acho que foi a primeira grande mudança, porque foi quando eu passei a morar com meus pais, em São Mateus. Foi também quando eu sai do SESI, onde eu tinha estudado desde o jardim I. Eu não estava mais no primário, mas passaria para o ginásio. Antes disso, embora eu morasse oficialmente com meus pais, eu dormia a semana toda na casa dos meus avós maternos, que era mais perto da escola, e tinha quem cuidasse de mim enquanto meus pais trabalhavam... Eu só ia para o apartamento onde moravamos nos finais de semana (o que era mais um diferencial, pois meus avós moram num sobrado grande, enquanto aquele era um apartamento pequeno (em comparação, apenas). Meus irmãos não gostavam muito, mas eu adorava! Eu sempre amei meus pais e fui apegado a eles. Eu sempre queria estar junto deles, quando eu podia. (Irônico que hoje isso não faça tanta diferença para mim, pois nunca consegui um diálogo com eles naquela época, e hoje parece que eles é que não conseguem comigo. Tarde demais, para desenvolver laços familiares, eu acho...)

Mas em 2000 foi o ano em que eu entrei no Colégio Cristão U.S.A., anteriormente conhecido como D. Pixote. Mudou de nome quando o dono da escola foi aos EUA e conheceu um colégio cristão cuja ideologia era a que ele queria para a sua escola. (Três ou quatro anos depois de eu ter saido de lá, essa "matriz", lá nos EUA, teve problemas com o governo e foi fechada. Como alguma ligação foi encontrada, não sei como, fizeram investigação e descobriram que esse colégio, aqui no Brasil, não tinha alvará, ou qualquer coisa assim, e todos os diplomas emitidos foram anulados, sendo que os diplomados tiveram de fazer uma prova comprovando seu conhecimento para validar a escolaridade. Como meu diploma não foi emitdo por eles, não tive problemas.)

E nesse colégio, dito "cristão", com alunos nem tão cristãos assim, foi que eu perdi a maior parte da minha inocência. Obstante ao que dizem de escolas públicas, eu era inocente todo o tempo que estudei no SESI, mas quando entrei na rede particular é que comecei a desandar.

Mas, como inocente que até então eu era, gostava de um certo nível nas conversas. E foi nesse ano que eu comecei a me aproximar mais das garotas que dos garotos que estudavam comigo. Minha sala tinha dez alunos quando o ano começou, mas uma aluna mudou para o período da manhã (acho que se chama Camila) e outra se mudou para Pernambuco (lembro dela: se chama Genifer... Fico curioso para saber o que foi da vida dela...). Mas as garotas alí com quem mais convivi foram três, que passaram a ser duas. A Carol pegava a mesma perua que eu, mas mudou de escola no ano seguinte... A Natália gostava de cravar as unhas dela nas pessoas... E eram afiadas... Mesmo assim eu não conseguia não ser amigo dela... Devia ter carisma... A Paula era muito tímida, mas era muito bonita, também. Tempo atrás eu acho que a vi no orkut, e ela se tornou realmente muito linda. Tenho certeza de que não é só na aparência que ela melhorou, mas na maturidade, que desde aquela época, embora a timidêz falasse mais alto, era de se admirar. A Estephany Baby Santos tinha um gênio tão incomum como o nome. Era como a líder da matília. E mais tarde se tornou um "possivel casinho", graças a essa minha cara de bobo e à vontade que as pessoas tem de me arrumar um par... (Para mim, nunca foi uma possibilidade)

A Paula, na verdade foi a única que não ia de perua para a escola... As outras todas iam na mesma que eu. Assim ficava fácil, a amizade... Nesse ano, essas meninas brincavam de suas novelas, com seus estojos de bichinhos (que estavam em alta, na época... cada uma tinha pelo menos dois... mas também, não cabia quase nada dentro deles...). E um dia acabei entrando nessa brincadeira, meio sem querer... Nunca reparei, mas tenho certeza de que os outros três garotos na sala falavam de mim pelas costas... Ou por acharem que eu estava "virando", ou por inveja de me ver cercado por três garotas lindas... (a Carol tinha um rosto estranho... e o cabelo dela parecia palha de vassoura... ela não se cuidava nem um pouquinho...) Depois disso, das novelas, foi que começaram a formar uma espécie de família. Quando os estojos sairam de moda, a "família" continuou. Eu era primo da Paula e irmão da Teka (Estephany). Foi a primeira vez que brinquei disso. No ano seguinte a família cresceu um pouco, porque a sala, que estava com 8 alunos, passou a ter 29.

O tempo passou, e em 2002 nós já não eramos mais família. Eu quase não falava mais com a Natalia, embora ainda fosse muito amigo da Paula e da Estephany. E isso tudo acabou de vez em 2003, quando eu me mudei para um colégio mais perto de casa. Era também mais barato. E era também onde estudava a Soraya, mas isso tudo não tem a ver com o que vim dizer...

Tudo o que eu disse até aqui não tem muita importância, além da tal "brincadeira de Família". Eu não sei se já falei aqui, mas eu tenho uma amiga de uns treze ou quatorze anos, que eu dizia que era a minha filha... E ela me chamava de pai... Mas na semana passada eu olhei para ela e percebi uma coisa: ela cresceu. Não sei se já tem dois anos que nós nos tratávamos assim, mas ela mudou muito. Seu corpo já é o corpo de uma adolescente: sua cintura começa a se moldar, as glândulas mamárias estão projetadas (tá, pra facilitar, seus seios cresceram), o rosto já não é tão infantil... Realmente as crianças crescem rápido.

Não me entendam mal! Eu não a vi como mulher, nem a olhei com olhos desejosos, nada disso! Longe de mim! Me daria nojo, uma coisa dessas, depois de tê-la chamado de filha por tanto tempo... Mas o fato é que agora, olhando bem para mim, e de volta para ela, vejo que já não fica bem que eu a pegue no colo. E creio que uma pessoa desconhecida que me veja abraçando-a pode pensar mal, da minha pessoa. Foi então que eu disse a ela, no domingo passado, que não a chamaria mais de filha... E que eu não seria mais o pai dela... A única explicação que dei, foi que eu não poderia brincar de "casinha" para sempre, e que ela mesma já está ficando grandinha para isso. O corpo cresceu, certamente... E sei que ela amadureceu. Mas a mentalidade dela precisa mudar, também. É bom que ela mantenha a inocência! Mas ela precisa começar a se acostumar a não agir mais como criança. Uma hora ela vai ter de crescer. Assim como eu, que agora tenho meus vinte anos, estou trabalhando, logo começarei a arrumar minha vida e juntar dinheiro para sair de casa... (Apartamento, para começar, talvez?). Agora que tirei a habilitação, logo comprarei um carro, sem dúvida.

Mas tem uma coisa sobre a qual eu ainda me pergunto: Como será com a minha irmã?

Afinal, depois de tanto que ela fez por mim, eu não poderia simpesmente desfazer esse laço. E mesmo que pudesse, será que eu preciso? Quero dizer, isso não é bem como brincar de família. É comum que as pessoas tenham algum amigo tão chegado como um irmão...

Pensando bem, ainda bem que vim aqui escrever isso. Assim, contei uma parte da minha vida, disse como me sentia... Uma parte dos meus planos para o futuro... E ainda resolvi uma questão que não me afligia, mas queria resolver, pra não precisar mais pensar no assunto! ^^

Bem, é pra isso que eu tenho um blog!

Obrigado aos leitores! ^^

Um comentário:

Estephany Baby Santos disse...

Oi Jônathas, tudo bem?

Estava fuçando no Google e por acaso encontrei seu blog. Fiquei abismada com a riqueza de detalhes que você se lembra dos acontecimentos. Eu mesma, não lembrava de quase nada. Engraçado, como o tempo passa, a gente cresce e o tanto de gente que passa pela nossa vida, mas todas marcam sua presença, de alguma forma.
Não entendi bem a parte em que diz que tenho um gênio incomum, rsrs...isso é bom ou ruim?
A líder da matília é boa, estranho ver como cada um tem uma percepção diferente, eu nunca achei que eu fosse a "líder" do grupinho.
Você esqueçeu do Rafael, que também brincava de novela e até comprou um bichinho...

Como você ainda lembra a ortografia do meu nome?!?!